sexta-feira, 8 de abril de 2011

Copa do Mundo gera emprego para jovens brasileiros

         Desde pequeno, João Antônio Diniz sempre gostou muito de futebol. Torcedor doente do Cruzeiro, o menino cresceu assistindo aos jogos não só de seu time, mas também de outros que admira, como Barcelona e Real Madrid, ambos times estrangeiros. Quando foi escolher o curso que faria para o vestibular, João resolveu unir sua paixão á vocação, optando pelo curso de jornalismo. “Vou me formar no final de 2013, existe época melhor pra quem quer seguir o ramo do jornalismo esportivo?” afirma o estudante, se referindo a Copa Do Mundo que será sediada pelo Brasil em 2014.
          Um grande evento como a copa causa forte impacto em qualquer país.  Os setores que mais serão influenciados pela procura de serviços devido a Copa do Mundo no Brasil, segundo a Fundação Getulio Vargas, serão os da área de engenharia civil, tecnologias da informação e turismo.  Empresas grandiosas como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, SENAC, por exemplo,  irá abrir mais de um milhão de novas vagas para as oficinas que promove, com ênfase no grande evento de 2014. São menos de quatro anos para preparar um país inteiro para receber cerca de 300 mil turistas, se comparado com o da África do Sul.  Quatro anos para os brasileiros realizarem obras, prepararem profissionais da comunicação para cobrir o evento e organizarem o planejamento turístico de um país de cerca de 192 milhões de habitantes.
         João Antônio busca o seu diferencial. “Eu sei que terão muitas oportunidades de emprego, mas também terei muitos concorrentes, então eu tenho que ser o melhor”, analisa o menino. Para isso, se matriculou ha um ano em aulas de inglês e espanhol, para estar com a língua fluente nos dois idiomas. É o que concorda o jornalista e dono da empresa de Comunicação Lead, que trabalha principalmente com jornalismo esportivo. Para ele, que também é professor do curso na PUC Minas, o profissional que quiser aproveitar esse período de oportunidades de emprego na área, deve se aperfeiçoar melhor, seja no idioma, seja em novas tecnologias. “Serão muitas vagas de emprego, mas a disputa será ferrenha” comenta o jornalista. Fernando ainda ressalta que a copa nao envolve só o futebol. "Como a copa envolve mutias pessoas, muitos turistas e uma moviemntaçao muito grande nas cidades ela passa a ter um reforço no noticiario geral porque os problemas tendem a acontecer com mais intensidade, a movimentaçao é economica, turistica.. enfim, quem for cobrir a copa tende a procurar pessoas que cubram nao so o futebol mas o ambiente como um todo, envolvendo todos os problemas" comenta o jornalista esportivo.
                Fernando Lacerda reflete sobre o papel do jornalismo no período da Copa do Mundo
        Já a história de Paula Setiba é um pouco diferente, apesar de ter pontos em comum. A estudante de Engenharia Civil da UFMG acaba de entrar em um estágio no qual ajuda a monitorar as obras do Mineirão, principal estádio de futebol de Belo Horizonte. O campo está em reforma desde julho do ano passado, e conta com a ajuda de centenas de profissionais na área de construção civil. Paula vai se formar ano que vem, e já está de olhos abertos para as oportunidades que serão geradas pelas futuras obras na capital mineira. “Não é só o Mineirão que está sendo reformado, tem o aeroporto internacional, tem a construções de novos hotéis, a reforma no anel rodoviário entre muitas outras. Acho que o campo nunca esteve tão ao meu favor, profissionalmente. Desempregada eu não fico” comemora Paula. Segundo Alberto Antunes, um dos engenheiros civis responsáveis pela execução das obras do estádio de futebol, serão cerca de 1800 vagas para emprego só nesse setor. “A copa do mundo chegou para nos dar trabalho e oportunidade para os jovens” afirma.
       Outro setor que obviamente será envolvido nas modificações provocadas pelo grande evento de 2014 será o turismo. A economista especializada em turismo Lucia Helena Ciccarini analisa esse período como de necessidade de grandes mudanças. “A atividade de infra estrutura vai mexer muito. Então vai alterar a estrutura de transporte, de serviços e de hotelaria”. Para a economista Belo Horizonte ainda não está preparada, tendo muito trabalho a ser feito pelos profissionais do setor. “Ha muito incentivo de empreendedorismo. Muitos jovens estão apostando nisso” afirma Lucia referindo-se aos futuros turismólogos que pretendem usar o auge profissional a favor. A economista ainda enfatiza a importância de haver um planejamento anterior e posterior á Copa, já que Belo Horizonte, por exemplo, é uma cidade não muito turística. “Isso é importante para que hotéis não fiquem vazios depois do evento, gerando prejuízos. Tudo tem que ser muito bem pensado”.
       Aos jovens e aos profissionais mais experientes,  essa será uma temporada de oportunidades, principalmente para pessoas que seguem o caminho do turismo, da comunicação e da construção civil. Cabe a cada um a dedicação e o esforço para que não passe apenas de uma fase boa, mas que se concretize em futuras grandes carreiras. “ O jovem brasileiro não pode dormir no ponto” finaliza o estudante João Antônio.
 
  

A entrevista com a economista e turismóloga Lucia Helena Ciccarini pode ser ouvida na integra aqui:

Um comentário:

  1. Laura,
    muito boa sua matéria. A entrevista com Fernando enriqueceu a discussão e o tema foi bem abordado. Senti falta de alguns links ao longo do texto, o que ajudaria a promover a leitura aprofundada.
    Parabéns!

    ResponderExcluir